Saturday, May 07, 2005

AS IRMÃS FOX:

AS IRMÃS FOX

AS MESAS GIRANTES

Para iniciarmos os estudos sobre as irmãs Fox e as Mesas Girantes precisamos, antes, falar sobre os conhecimentos da Mediunidade.
A Mediunidade é uma faculdade inerente ao ser humano, tem se manifestado em todos os tempos, cerca de 2000 anos antes de Cristo, os Vedas já tinham intercâmbio espiritual com os chamados “mortos”. Este intercâmbio era feito pôr homens ou mulheres especialmente ao mister Religioso. Eram iniciados e as vezes levavam anos e anos se preparando para poderem, depois de desenvolvidos as faculdades mediunicas, exercitar o seu poder sobre o povo, governantes etc. pôr isso eram pessoas temidas e respeitadas pôr todos.
Como os fenômenos eram tidos como maravilhoso e sobrenaturais, pôr desconhecimento das leis que os regem, os indivíduos que podiam manter tal intercâmbio eram considerados privilegiados.
Formados tais círculos sacerdotais, eram eles responsáveis pela orientação religiosa da massa.
Na Índia, Pérsia, Egito, Grécia ou Roma, sempre foi utilizada como meio de dominação e poder, dando nascimento a seitas e fraternidades que funcionavam baseadas em longas e difíceis iniciações, que tinham pôr fim estabelecer um certo espirito de disciplina e seleção........
No século X I X exatamente na noite de 28 de março de 1848, nas paredes de madeira do barracão de John D. Fox, começaram a soar pancadas incomodativas, perturbando o sono da família, toda ela metodista. As meninas Katherine ( katie ou Kate), de nove anos de idade, e Margaretta, de doze anos, correram para o quarto dos pais, assustadas com os golpes fortes nas paredes e teto de seu quarto.
Esse barracão, na aldeia de Hydesville, no Condado de Wayne, perto de New York, era construído em terreno pantanoso. Os alicerces eram de pedra e tijolos até à altura da adega e daí para cima surgiam paredes de tábuas. Seus últimos ocupantes haviam sido os Weekmans, que posteriormente também confessaram ter ouvido ali batidas na porta, passos na adega e fenômenos outros inexplicáveis.
No dia 31 de março de 1.848 a família Fox deitou-se mais cedo do que de costume, pois havia três noites seguidas que não podiam conciliar o sono. Foi severamente recomendadoàs crianças, agora dormindo no quarto dos pais, que não se referissem aos tais ruídos, mesmo que elas os ouvissem.
Nada, porém obstou a que pouco depois as pancadas voltassem, tornando-se às vezes em verdadeiros estrondos, que faziam tremer até os móveis do quarto.
As meninas assentaram-se na cama, e o Sr. John Fox resolveu dar uma busca completa pelo interior e pelo exterior da pequena vivenda, mas nada encontraram que explicasse aquele mistério.
Kate, a filha mais jovem do casal, muito viva e já um tanto acostumada ao fenômeno, pôs-se em dado momento a imitar as pancadas, batendo com os seus dedos sobre um móvel, enquanto exclamava em direção ao ponto onde os ruídos eram mais constantes: “Vamos, Old Splitfoot, faça o que eu faço.” Prontamente as pancadas do “desconhecido” se fizeram ouvir, em igual número, e paravam quando a menina também parava.
Margaretta, brincando, disse: “Agora, faça o mesmo que eu : conte um, dois, três, quatro”, e ao mesmo tempo dava pequenas pancadas com os dedos. Foi-lhe plenamente satisfeito esse pedido, deixando a todos estupefatos e medrosos.
Estava estabelecido a comunicação dos vivos com os mortos e assentada uma nova era de mais dilatadas esperanças, com a prova provada da continuidade da vida além do túmulo.
Naquela mesma noite de 31 de março várias perguntas foram feitas pêlos donos da humilde casa e pôr alguns dos inúmeros vizinhos ali chamados, obtendo-se sempre, pôr meio de certo número de pancadas, respostas exatas às questões formuladas. O Comunicante invisível forneceu ainda a sua história : fora um vendedor ambulante, que antigos moradores daquela casa assassinaram, havia uns cinco anos, para furtar-lhe o dinheiro que trazia; seu corpo se achava sepultado no porão, a dez pés de profundidade.
No barracão havia residido, em 1844, o casal Bell, sem filhos, e que só tinha uma criadinha, Lucretia Pulver, que não raro dormia fora, em casa dos pais. Feito um inquérito, foi ela ouvida, pois o casal já havia desaparecido do lugar. Lembrava-se de um vendedor ambulante que certo dia aparecera no barracão, e que os patrões a mandaram dormir na casa dos pais, para que o hospede pernoitasse no quarto dela. Pela manhã compareceu ela em casa dos patrões e soube que o vendedor partira muito cedo.
Diante do depoimento obtido pêlos golpes do batedor invisível, foram feitas escavações no porão, mas era tempo de chuvas e, como a água enchia logo a fossa que se abria no terreno pantanoso, resolveram realizar a busca em época propícia. No verão, continuaram a escavação e, a cinco pés de profundidade, foram encontrados carvão, cal e alguns ossos humanos. Pôr ser muito incompleto o achado, os incrédulos teceram suas dúvidas sobre a verdade da revelação.
As pancadas continuavam, tendo-as testemunhado várias centenas de curiosos. A pouco e pouco foram estabelecendo uma convenção para receberem respostas mais detalhadas às perguntas que se faziam aos autores invisíveis. Convencionou-se um alfabeto em que cada letra representaria determinado número de batidas : o A seria uma, o B seria duas, o C, três e assim pôr diante.

As meninas Fox viajaram, e também em outras casas, onde se hospedavam, ouviam-se as tais pancadas, travavam-se novas conversações com os Espíritos, processando-se ainda outros fenômenos interessantíssimos. Notou-se que possuíam elas uma faculdade especial, e pouco depois se observou que outras pessoas eram dotadas de semelhantes faculdades: ao contato de suas mãos uma mesa se levantava, dava pancadas com os pés, e essas pancadas respondiam com inteligência a perguntas. Nomes de respeitáveis personalidades já falecidas assinavam belas mensagens anunciadoras de uma revolução no campo moral das criaturas humanas, dizendo que afinal os tempos eram chegados para que novos horizontes se descortinassem aos destinos do homem.

Surgiu a época das mesas Girantes que se tornou epidemia no mundo, como se pode ver da interessante obra de Zêus Wantuil, “As Mesas Girantes e o Espiritismo”.
Foram as mesas girantes, e depois falantes, que chamaram a atenção do Prof. Hippolyte Léon Denizard Rivail para os fenômenos espíritas,..............ALLAN KARDEC....................................................................................
Passou meio século de esquecimento sobre Hydesville. Eis senão quando, alguns escolares da aldeia, brincando no local das ruínas do barracão, notaram que havia caído parte de uma parede interna, junto do alicerce, deixando visível um esqueleto humano quase inteiro e um baú de ferro. Reconfirmava-se, assim, a declaração do Espírito do vendedor ambulante feita havia cinqüenta e cinco anos. O casal Bell ocultara o cadáver e o baú junto da parede da adega e construíra pelo lado interior outra parede. O fato foi consignado pelo “Boston Journal” de 23 de novembro de 1.904, que disse terem ficado assim desvanecidas as últimas sombras de dúvida ainda existentes.
Ao que tudo indica, o cadáver fora enterrado no centro do porão. Depois, conforme argumenta Sir Arthur Conan Doyle, alarmado o criminoso pela facilidade que havia em ser descoberto o crime, exumou o corpo para junto do muro. Ou porque a transferência se verificasse com muita precipitação, ou porque a luz era escassa, ficaram vestígios da inumação anterior.
Hoje, esses ossos e o baú se acham em Lily Dale, em um museu, registrando a triste historia da inferioridade humana, e recordando o nascimento de uma Nova História para a Humanidade.

As Mesas Girantes e Dançantes
Em l.853, a Europa inteira tinha as atenções gerais convergidas para o fenômeno das chamadas “mesas girantes e dançantes “, considerado “o maior acontecimento do século” pelo Reverendo Padre Ventura de Raulica, então o mais ilustre representante da teologia e da filosofia católicas. Em toda palestra havia sempre uma referencia às mesas fantásticas: table volante ou table tournante, para os franceses; table-moving, para os ingleses; tischrüeken, para os alemães.
A imprensa informava e tecia largos comentários acerca das estranhas manifestações, e, a não ser o grande físico inglês Faraday, o sábio químico Chevreul, o conde de Gasparin, o marques de Mirville, o abade Moigno, Arago, Babinet e alguns outros eminentes homens de ciência, bem poucos se importavam em descobrir-lhes as causas, em explicá-las, a maioria dos acadêmicos olhando os fenômenos com superioridade e desdém.
Um articulista da época transcrevia em “Historia da Semana”, no periódico “L’Illustration” (14 de maio de 1.853), a interessante crônica do famoso crítico e literato francês, Júlio Janin :
“Toda a Europa (que digo eu, a Europa?), neste momento o mundo inteiro tem o espírito voltado para uma experiência que consiste em fazer girar uma mesa. Só se ouve falar, pôr toda parte, da mesa que gira; o próprio Galileu fez menos ruído no dia em que ele provou ser realmente a Terra quem girava em torno do Sol. Ide pôr aqui, ide pôr ali, nos grandes salões, nas mais humildes mansardas, no atelier do pintor, em Londres, em Paris, em New York, em São Petersburgo -- e vereis pessoas gravemente assentadas em torno de uma mesa vazia, que eles contemplam à semelhança daqueles crentes que passam a vida a olhar seus umbigos! Oh! A mesa! Ela fez tábua rasa dos nossos prazeres de todas as tardes” Desenhos da época pintam os salões da alta aristocracia parisiense com a sua nota característica sobre os freqüentadores, e até preferencias pôr mesas feitas de acaju.
Todas as experiências eram executadas nos salões, cada qual mostrando suas aptidões em girar cartolas, tirar rabiscos em ardósias, sem haver qualquer estudo mais profundo sobre o fenômeno.
Em 24 de dezembro de 1.853 “L’Illustration” registrava a seguinte nota : “depois que um eclesiástico, correspondente de “L’Univers “ descobriu Satã, em pessoa, numa mesa de três pés, as “mesas falantes” adquiriram uma fama sinistra que lhes valeu serem postas formalmente no Índex pôr dois dos nossos prelados, os reverendíssimos bispos de Orleãns e de Vivers.”
Mas as mesas continuaram...........Veio o Santo Ofício e, em 4 de agosto de 1856, condenou os fenômenos em voga, dizendo serem conseqüência de hipnotismo e magnetismo (já que pouca gente acreditava em peripécias do “diabo”), e tachava de hereges as pessoas pôr intermédio das quais eles eram produzidos.
A principio, os magnetistas e outros observadores supunham que tudo fosse conseqüência da ação de um fluido magnético ou elétrico ou de um outro qualquer, de propriedade desconhecida. Partilhava do mesmo pensamento, como ele próprio o confessa em sua obra “O que é o Espiritismo”, o professor Denizard Rivail, que desde os 19 anos de idade se interessava pêlos estudos de “magnetismo animal” e que aceitara o fluidismo mesmeriano { doutrina do médico alemão Franz Anton Mesmer segundo a qual todo ser vivo seria dotado de um fluido magnético capas de se transmitir a outros indivíduos, estabelecendo-se assim, influências psicossomáticas reciprocas, inclusive de efeito curativo; magnetismo animal } sendo também aceitos para as “mesas girantes” .
Em fins de 1.854, o Sr. Fortier, magnetizador com quem Rivail mantinha relações, lhe trouxe a estranha nova: as mesas também “falavam”, isto é, interrogadas, respondiam qual se fossem seres inteligentes. E mais: pôr um dos seus pés, ditavam até magníficas composições literárias e musicais.
Rivail, possuidor daquela lógica austera e daquele senso que obriga o espírito de entusiasmos desarrazoados e de negações a priori, ouviu tudo o que o amigo lhe contava e respondeu, como verdadeiro homem de razão científica : “Só acreditarei quando o vir e quando me provarem que uma mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir e que possa tornar-se sonâmbula. Até lá, permita que eu não veja no caso mais do que um conto da carochinha.”...

Bibliografia : Allan Kardec Vol.II de Zêus Wantuil e Francisco Thiesen –FEB
Centro Espírita Luz Eterna –Curitiba –Prog. Básico de Doutrina Espírita

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