Monday, May 14, 2007

Aula 67 - ELEMENTOS GERAIS DO UNIVERSO

Aula 67 - ELEMENTOS GERAIS DO UNIVERSO

ESPÍRITO E MATÉRIA


Dotado por Deus com o atributo superior da inteligência, tem buscado o homem conhecer o mundo em que vive e o Universo de que é ínfima parte. Limitado, porém, é ainda o alcance de sua inteligência, e o princípio das coisas lhe é vedado.

Em encarnações sucessivas, entretanto, com a própria aplicação na busca incessante de novos conhecimentos, ele a vai desenvolvendo e adquirindo também dignificantes virtudes morais, que lhe granjeiam merecimento a outorgas divinas cada vez mais altas.

Assim progride o Espírito penetrando, pouco a pouco, os segredos do Universo e aproximando-se dos mistérios das origens.

Essa a perspectiva de esperança que nos traz a consoladora Doutrina dos Espíritos:

No Livro Dos Espíritos - CAPÍTULO II -DOS ELEMENTOS GERAIS DO UNIVERSO

Conhecimento do princípio das coisas

17. É dado ao homem conhecer o princípio das coisas?

“Não, Deus não permite que ao homem tudo seja revelado neste mundo.”

18. Penetrará o homem um dia o mistério das coisas que lhe estão ocultas?

“O véu se levanta a seus olhos, à medida que ele se depura; mas, para compreender certas coisas, são-lhe precisas faculdades que ainda não possui.”

19. Não pode o homem, pelas investigações científicas, penetrar alguns dos segredos da Natureza?

“A Ciência lhe foi dada para seu adiantamento em todas as coisas; ele, porém, não pode ultrapassar os limites que Deus estabeleceu.”

Quanto mais consegue o homem penetrar nesses mistérios, tanto maior admiração lhe devem causar o poder e a sabedoria do Criador. Entretanto, seja por orgulho, seja por fraqueza, sua própria inteligência o faz joguete da ilusão. Ele amontoa sistemas sobre sistemas e cada dia que passa lhe mostra quantos errou tomou por verdades e quantas verdades rejeitou como erros. São outras tantas decepções para o seu orgulho.

20. Dado é ao homem receber, sem ser por meio das investigações da Ciência, comunicações de ordem mais elevada acerca do que lhe escapa ao testemunho dos sentidos?

“Sim, se o julgar conveniente, Deus pode revelar o que à ciência não é dado apreender.”

Por essas comunicações é que o homem adquire, dentro de certos limites, o conhecimento do seu passado e do seu futuro.

Espírito e matéria


21. A matéria existe desde toda a eternidade, como Deus, ou foi criada por Ele em dado momento?

“Só Deus o sabe. Há uma coisa, todavia, que a razão vos deve indicar: é que Deus, modelo de amor e caridade nunca esteve inativo. Por mais distante que logreis figurar o início de Sua ação, podereis concebê-Lo ocioso, um momento que seja?”

22. Define-se geralmente a matéria como sendo - o que tem extensão, o que é capaz de nos impressionar os sentidos, o que é impenetrável. São exatas estas definições?

“Do vosso ponto de vista, elas o são, porque não falais senão do que conheceis. Mas a matéria existe em estados que ignorais. Pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil que nenhuma impressão vos cause aos sentidos. Contudo, é sempre matéria. Para vós, porém, não o seria.”

a) - Que definição podeis dar da matéria?

“A matéria é o laço que prende o Espírito; é o instrumento de que este se serve e sobre o qual, ao mesmo tempo, exerce sua ação.”

Deste ponto de vista, pode dizer-se que a matéria é o agente, o intermediário com o auxílio do qual e sobre o qual atua o Espírito.

23. Que é o Espírito?

“O princípio inteligente do Universo.”

a) - Qual a natureza íntima do Espírito?

“Não é fácil analisar o Espírito com a vossa linguagem. Para vós, ele nada é, por não ser palpável. Para nós, entretanto, é alguma coisa. Ficai sabendo: coisa nenhuma é o nada e o nada não existe.”

24. Espírito é sinônimo de inteligência?

“A inteligência é um atributo essencial do Espírito. Uma e outro, porém, se confundem num princípio comum, de sorte que, para vós, são a mesma coisa.”

25. O Espírito independe da matéria, ou é apenas uma propriedade desta, como as cores o são da luz e o som o é do ar?

“São distintos uma do outro; mas, a união do Espírito e da matéria é necessária para intelectualizar a matéria.”



a) - Essa união é igualmente necessária para a manifestação do Espírito?

(Entendemos aqui por espírito o princípio da inteligência, abstração feita das individualidades que por esse nome se designam.)

“É necessária a vós outros, porque não tendes organização apta a perceber o Espírito sem a matéria. A isto não são apropriados os vossos sentidos.”

26. Poder-se-á conceber o Espírito sem a matéria e a matéria sem o Espírito?

“Pode-se, é fora de dúvida, pelo pensamento.”

27. Há então dois elementos gerais do Universo: a matéria e o Espírito?

“Sim e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas. Deus, espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas ao elemento material se tem que juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o Espírito e a matéria propriamente dita, por demais grosseira para que o Espírito possa exercer ação sobre ela.

Embora, de certo ponto de vista, seja lícito classificá-lo com o elemento material, ele se distingue deste por propriedades especiais. Se o fluido universal fosse positivamente matéria, razão não haveria para que também o Espírito não o fosse. Está colocado entre o Espírito e a matéria; é fluido, como a matéria, e suscetível, pelas suas inumeráveis combinações com esta e sob a ação do Espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que apenas conheceis uma parte mínima. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o Espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.”

a) - Esse fluido será o que designamos pelo nome de eletricidade?

“Dissemos que ele é suscetível de inúmeras combinações. O que chamais fluido elétrico, fluido magnético, são modificações do fluido universal, que não é, propriamente falando, senão matéria mais perfeita, mais sutil e que se pode considerar independente.”

28. Pois que o Espírito é, em si, alguma coisa, não seria mais exato e menos sujeito a confusão dar aos dois elementos gerais as designações de - matéria inerte e matéria inteligente?

“As palavras pouco nos importam. Compete-vos a vós formular a vossa linguagem de maneira a vos entenderdes.

As vossas controvérsias provêm, quase sempre, de não vos entenderdes acerca dos termos que empregais, por ser incompleta a vossa linguagem para exprimir o que não vos fere os sentidos.”

Um fato patente domina todas as hipóteses: vemos matéria destituída de inteligência e vemos um princípio inteligente que independe da matéria.

A origem e a conexão destas duas coisas nos são desconhecidas. Se promanam ou não de uma só fonte; se há pontos de contato entre ambas; se a inteligência tem existência própria, ou se é uma propriedade, um efeito; se é mesmo, conforme à opinião de alguns, uma emanação da Divindade, ignoramos.

Elas se nos mostram como sendo distintas; daí o considerarmo-las formando os dois princípios constitutivos do Universo.

Vemos acima de tudo isso uma inteligência que domina todas as outras, que as governa, que se distingue delas por atributos essenciais. A essa inteligência suprema é que chamamos Deus.

Propriedades da matéria

29. A ponderabilidade é um atributo essencial da matéria?

“Da matéria como a entendeis, sim; não, porém, da matéria considerada como fluido universal. A matéria etérea e sutil que constitui esse fluido vos é imponderável. Nem por isso, entretanto, deixa de ser o princípio da vossa matéria pesada.”

A gravidade é uma propriedade relativa. Fora das esferas de atração dos mundos, não há peso, do mesmo modo que não há alto nem baixo.

30. A matéria é formada de um só ou de muitos elementos?

“De um só elemento primitivo. Os corpos que considerais simples não são verdadeiros elementos, são transformações da matéria primitiva.”

31. Donde se originam as diversas propriedades da matéria?

“São modificações que as moléculas elementares sofrem, por efeito da sua união, em certas circunstâncias.”

32. De acordo com o que vindes de dizer, os sabores, os odores, as cores, o som, as qualidades venenosas ou salutares dos corpos não passam de modificações de uma única substância primitiva?

“Sem dúvida e que só existem devido à disposição dos órgãos destinados a percebê-las.”

A demonstração deste princípio se encontra no fato de que nem todos percebemos as qualidades dos corpos do mesmo modo: enquanto que uma coisa agrada ao gosto de um, para o de outro é detestável; o que uns vêem azul, outros vêem vermelho; o que para uns é veneno, para outros é inofensivo ou salutar.

33. A mesma matéria elementar é suscetível de experimentar todas as modificações e de adquirir todas as propriedades?

“Sim e é isso o que se deve entender, quando dizemos que tudo está em tudo!” (1)
O oxigênio, o hidrogênio, o azoto, o carbono e todos os corpos que consideramos simples são meras modificações de uma substância primitiva.
Na impossibilidade em que ainda nos achamos de remontar, a não ser pelo pensamento, a esta matéria primária, esses corpos são para nós verdadeiros elementos e podemos, sem maiores conseqüências, tê-los como tais, até nova ordem.

a) - Não parece que esta teoria dá razão aos que não admitem na matéria senão duas propriedades essenciais: a força e o movimento, entendendo que todas as demais propriedades não passam de efeitos secundários, que variam conforme à intensidade da força e à direção do movimento?

“É acertada essa opinião. Falta somente acrescentar: e conforme à disposição das moléculas, como o mostra, por exemplo, um corpo opaco, que pode tornar-se transparente e vice-versa.”

_______

(1) Este princípio explica o fenômeno conhecido de todos os magnetizadores e que consiste em dar-se, pela ação da vontade, a uma substância qualquer, à água, por exemplo, propriedades muito diversas: um gosto determinado e até as qualidades ativas de outras substâncias. Desde que não há mais de um elemento primitivo e que as propriedades dos diferentes corpos são apenas modificações desse elemento. o que se segue é que a mais inofensiva substância tem o mesmo princípio que a mais deletéria. Assim, a água, que se compõe de uma parte de oxigênio e de duas de hidrogênio, se torna corrosiva, duplicando-se a proporção do oxigênio. Transformação análoga, se pode produzir por meio de ação magnética dirigida pela vontade.

34. As moléculas têm forma determinada?

“Certamente, as moléculas têm uma forma, porém não sois capazes de apreciá-la.”

a) - Essa forma é constante ou variável?

“Constante a das moléculas elementares primitivas; variável a das moléculas secundárias, que mais não são do que aglomerações das primeiras. porque, o que chamais molécula longe ainda está da molécula elementar.”

Estas passagens de O Livro dos Espíritos, especialmente a última, de no 27, são bastante elucidativas, quando não se tem o espírito escravizado aos preconceitos científicos materialistas. Tudo no Universo procede de Deus, suprema potência criadora.

Deus criou o fluido universal ou matéria cósmica, que enche o espaço infinito e é verdadeiramente, o elemento primitivo, a partir do qual se forma tudo o que no Universo é material: os mundos e todos os seres. Estes são a concretização das idéias divinas, por força da Sua onipotente vontade. Deus criou também o espírito, elemento inteligente, o qual é submetido a longa elaboração através dos diversos reinos da Natureza.

No contato com minerais, vegetais e animais, o princípio inteligente recebe impressões que, pela repetição, vão-se fixando, dando origem a automatismo, reflexos, instintos, hábitos, memória, e acabam por integrar-se em individualidades conscientes, dotadas de razão e vontade, livre-arbítrio e responsabilidade, destinadas a progredir até que adquiram pureza e perfeição que as aproximam da Inteligência Suprema.

Então, Espíritos puros e perfeitos, que adquiriram com a perfeição um profundo conhecimento das leis universais, possuindo também os mais elevados sentimentos e excelsas virtudes, detentoras de sentidos e poderes espirituais superiores, as idéias divinas tornam-se-lhes perceptíveis, são-lhes transmitidas e, executores que podem ser da Suprema Vontade, concretizam-nas em formas materiais, elaborando mundos e presidindo neles ao desabrochar da vida. Tornam-se assim, colaboradores de Deus na obra da Criação.

Portanto, a idéia criadora procede de Deus e pode surgir no Espírito. Só o Espírito pode conceber idéias. A idéia toma forma pela ação da vontade divina ou do Espírito sobre o fluido universal que, pela sua natureza intermediária entre o Espírito e a matéria, esta apto a receber a influência daquele, transmitindo-a a esta.

A importância desse fluido universal na constituição do Universo pode-se bem aquilatar nas respostas dadas pelos Espíritos às indagações de Allan Kardec constantes umas em O Livro dos Médiuns, outras na obra básica já citada.

No Livro Ciências Físicas e Biológicas de Duarte, José Coimbra- ed. Rj: Nacional 1975-
Paginas 17 a 19 encontramos as seguintes definições:

A ciência considera as seguintes propriedades da matéria:

a) –Massa – quantidade de matéria de um corpo;
b) –Extensão – é a porção do espaço ocupada pela matéria. Toda matéria ocupa um determinado lugar no espaço;
c) –Impenetrabilidade – Duas porções de matéria não podem, ao mesmo tempo, ocupar o mesmo lugar no espaço;
d) –Inércia – Quando um corpo, formado naturalmente por matéria, está em repouso, é necessária uma força para colocá-lo em movimento. Se o corpo estiver em movimento, é necessária uma força para alterá-lo ou fazer o corpo parar;
e) –Divisibilidade – Podemos dividir um corpo ou pulverizá-lo até certo limite. As partículas são formadas de partículas menores, chamadas átomos.

É interessante definir, também que “Matéria é tudo o que possui massa e extensão. Corpo é uma porção limitada da matéria e Substâncias são as diferentes espécies de matéria.”

No Livro dos Médiuns - CAPÍTULO IV - DA TEORIA DAS MANIFESTAÇÕES FÍSICAS

Movimentos e suspensões. Ruídos. Aumento e diminuição de peso dos corpos.

72. Demonstrada, pelo raciocínio e pelos fatos, a existência dos Espíritos, assim como a possibilidade que têm de atuar sobre a matéria, trata-se agora de saber como se efetua essa ação e como procedem eles para fazer que se movam as mesas e outros corpos inertes.

Uma idéia se apresenta muito naturalmente e nós a tivemos. Dando-nos outra explicação muito diversa, pela qual longe estávamos de esperar, os Espíritos a combateram, constituindo isto uma prova de que a teoria deles não era efeito da nossa
opinião.

Ora, essa primeira idéia todos a podiam ter, como nós; quanto à teoria dos Espíritos, não cremos que jamais haja acudido à mente de quem quer que seja.

Sem dificuldade se reconhecerá quanto é superior à que esposávamos, se bem que menos simples, porque dá solução a inúmeros outros fatos que, com a nossa, não encontravam explicação satisfatória.

73. Desde que se tornaram conhecidas a natureza dos Espíritos, sua forma humana, as propriedades semi materiais do perispírito, a ação mecânica que este pode exercer sobre a matéria; desde que, em casos de aparição, se viram mãos fluídicas e mesmo tangíveis tomar dos objetos e transportá-los, julgou-se, como era natural, que o Espírito se servia muito simplesmente de suas próprias mãos para fazer que a mesa girasse e que à força de braço é que ela se erguia no espaço.

Mas, então, sendo assim, que necessidade havia de médium?

Não pode o Espírito atuar só por si?

Porque, é evidente que o médium, que as mais das vezes põe as mãos sobre a mesa em sentido contrário ao do seu movimento, ou que mesmo não coloca ali as mãos, não pode secundar o Espírito por meio de uma ação muscular qualquer.

Deixemos, porém, que primeiro falem os Espíritos a quem interrogamos sobre esta questão.

74. As respostas seguintes nos foram dadas pelo Espírito São Luís. Muitos outros, depois, as confirmaram.

I. Será o fluido universal uma emanação da divindade?

"Não."

II. Será uma criação da divindade?

"Tudo é criado, exceto Deus."

III. O fluido universal será ao mesmo tempo o elemento universal ?

"Sim, é o princípio elementar de todas as coisas."

IV. Alguma relação tem ele com o fluido elétrico, cujos efeitos conhecemos?

"E o seu elemento."

V. Em que estado o fluido universal se nos apresenta, na sua maior simplicidade?

"Para o encontrarmos na sua simplicidade absoluta, precisamos ascender aos Espíritos puros. No vosso mundo, ele sempre se acha mais ou menos modificado, para formar a matéria compacta que vos cerca. Entretanto, podeis dizer que o estado em que se encontra mais próximo daquela simplicidade é o do fluido a que chamais fluido magnético animal."

VI. Já disseram que o fluido universal é a fonte da vida. Será ao mesmo tempo a fonte da inteligência?

"Não, esse fluido apenas anima a matéria."

VII. Pois que é desse fluido que se compõe o perispírito, parece que, neste, ele se acha num como estado de condensação, que o aproxima, até certo ponto, da matéria propriamente dita?

"Até certo ponto, como dizes, porquanto não tem todas as propriedades da matéria.
E mais ou menos condensado, conforme os mundos."

VIII. Como pode um Espírito produzir o movimento de um corpo sólido?

"Combinando uma parte do fluido universal com o fluido, próprio àquele efeito, que o médium emite."

IX. Será com os seus próprios membros, de certo modo solidificados, que os Espíritos levantam a mesa?

"Esta resposta ainda não te levará até onde desejas.

Quando, sob as vossas mãos, uma mesa se move, o Espírito haure no fluido universal o que é necessário para lhe dar uma vida factícia.

Assim preparada a mesa, o Espírito a atrai e move sob a influência do fluido que de si mesmo desprende, por efeito da sua vontade.

Quando quer pôr em movimento uma massa por demais pesada para suas forças, chama em seu auxílio outros Espíritos, cujas condições sejam idênticas às suas.

Em virtude da sua natureza etérea, o Espírito, propriamente dito, não pode atuar sobre a matéria grosseira, sem intermediário, isto é, sem o elemento que o liga à matéria.

Esse elemento, que constitui o que chamais perispírito, vos faculta a chave de todos os fenômenos espíritas de ordem material.

Julgo ter-me explicado muito claramente, para ser compreendido."

NOTA. Chamamos a atenção para a seguinte frase, primeira da resposta acima:

Esta resposta AINDA te não levará até onde desejas.

O Espírito compreendera perfeitamente que todas as questões precedentes só haviam
sido formuladas para chegarmos a esta última e alude ao nosso pensamento que. com
efeito, esperava por outra resposta muito diversa, isto é, pela confirmação da idéia que
tínhamos sobre a maneira por que o Espirito obtém o movimento da mesa.

X. Os Espíritos, que aquele que deseja mover um objeto chama em seu auxílio, são-lhe inferiores? Estão-lhe sob as ordens?

"São-lhe iguais, quase sempre. Muitas vezes acodem espontaneamente."

XI. São aptos, todos os Espíritos, a produzir fenômenos deste gênero?

"Os que produzem efeitos desta espécie são sempre Espíritos inferiores, que ainda se não desprenderam inteiramente de toda a influência material."

XII. Compreendemos que os Espíritos superiores não se ocupam com coisas que estão muito abaixo deles. Mas, perguntamos se, uma vez que estão mais desmaterializados, teriam o poder de fazê-lo, dado que o quisessem?

"Os Espíritos superiores têm a força moral, como os outros têm a força física.

Quando precisam desta força, servem-se dos que a possuem.

Já não se vos disse que eles se servem dos Espíritos inferiores, como vós vos servis dos carregadores?"

NOTA. Já foi explicado que a densidade do perispírito, se assim se pode dizer, varia de acordo com o estado dos mundos.

Parece que também varia, em um mesmo mundo, de indivíduo para indivíduo.

Nos Espíritos moralmente adiantados, é mais sutil e se aproxima da dos Espíritos elevados; nos Espíritos inferiores, ao contrário, aproxima-se da matéria e é o que faz que os Espíritos de baixa condição conservem por muito tempo as ilusões da vida terrestre.

Esses pensam e obram como se ainda fossem vivos; experimentam os mesmos desejos e quase que se poderia dizer a mesma sensualidade.

Esta grosseria do perispírito, dando-lhe mais afinidade com a matéria, torna os Espíritos inferiores mais aptos às manifestações físicas.

Pela mesma razão é que um homem de sociedade, habituado aos trabalhos da inteligência, franzino e delicado de corpo, não pode suspender fardos pesados, como o faz um carregador.

Nele, a matéria é, de certa maneira, menos compacta, menos resistentes

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