Sunday, June 03, 2007

Aula 70 - CRIAÇÃO DIVINA

Aula 70 - CRIAÇÃO DIVINA


Pluralidade dos Mundos Habitados


Ao lado da idéia básica da existência de Deus, como inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas; da alma humana, como essência do ser pensante, independente e autônoma; da sua preexistência ao corpo físico, criada que foi por Deus simplesmente como Espírito, o qual só posteriormente se une à matéria, tornando-se, então, um Espírito Encarnado; da sua sobrevivência à morte física voltando ao plano espiritual donde viera, ali permanecendo por tempo mais ou menos longo, até nova encarnação; da pluralidade das existências corporais em virtude da necessidade da reencarnação para os Espíritos errantes; da pureza espiritual e da perfeição como alvos supremos a atingir pelos Espíritos em sua marcha ascensional, quando, após atingidas, eles não mais encarnarão; ao lado desses princípios básicos do Espiritismo, encontra-se também o da pluralidade dos mundos habitados.

Na obra da Criação Divina, entre os mundos destinados à encarnação de Espíritos em estágios probatórios e expiatório, encontra-se a Terra, como uma das habitações do homem.

No universo imenso, muitos outros mundos existem que abrigam humanidades semelhantes à nossa, estando o homem terreno muito longe da condição de único ser corpóreo dotado de racionalidade e senso de moral.

O homem pois, em qualquer desses mundos tem dupla natureza: corporal e espiritual.
Pelo corpo, ele é transitório, partilha a natureza dos outros seres vivos, que nascem, crescem, desenvolvem-se, reproduzem-se, envelhecem e morrem; pelo Espírito, e imortal e eterno, progride sempre, aproximando-se cada vez mais da perfeição, que é o seu alvo supremo, na escala dos seres e dos mundos.

Criado por Deus simples e ignorante, dotado de liberdade e livre-arbítrio, sendo tão apto a fazer o bem, quanto a fazer o mal, falível portanto, sujeita-se o Espírito a encarnar e a reencarnar, a travessando múltiplas existências corporais na Terra ou em outros mundos, tantas quantas necessárias para ultimar sua depuração e seu progresso.

Todo Espírito encarnado, enquanto o corpo vive, estará de certo modo fixado no mundo em que encarnou. Desencarnado, pela morte do corpo, ele passa à condição de Espírito errante, que é exatamente aquele ainda necessitado de reencarnar, para depurar-se e progredir.

No estado de erraticidade, o Espírito ainda pertence ao mundo onde tem de encarnar, mas não esta preso a ele; é mais livre, podendo até mesmo visitar outros mundos, com a finalidade de instruir-se.

A totalidade dos Espíritos que se encontram no estado de erraticidade num dado momento constitui a população espiritual ambiente da Terra.

Essa população não é fixa, pois, através das mortes e nascimentos, ocorrem constantes emigrações do mundo corpóreo para mundo espiritual e imigrações do mundo espiritual para o mundo corpóreo, acarretando constante modificação das populações terrestre e espiritual.

As vezes, ocorrem renovações rápidas, seguindo processos de desencarnação em massa. Tais alterações agudas na composição da população espiritual terrestre, que certamente terão seus similares em outros mundos, visam acelerar o progresso moral, que de outro modo seria muito lento.

Ao mesmo tempo que permitem a renovação de idéias e disposições, favorecem a erradicação rápida e eficiente de costumes e tendências coletivas, incompatíveis com os impositivos da lei do progresso.

Por outro lado, a totalidade de Espíritos encarnados e desencarnados vinculada a determinado mundo não permanece inalterada. A par das adições proporcionadas pelo próprio processo evolutivel planetário, ocorrem periodicamente intercâmbios (verdadeiras transfusões) entre populações espirituais de diferentes mundos.

Tais processos de intercâmbio interplanetário ocorrem normalmente, envolvendo pequenos contingentes de Espíritos que se deslocaram muito, para além ou para aquém da média dos valores evolutivos de seus meios espirituais originários.

Mas, em proporções bem menores, podem envolver grandes massas de Espíritos, quando os preceitos evolucionários de caráter cósmico que nos regem os destinos assim o exijam. Os mundos entre os quais tais fluxos migratórios coletivos são possíveis acham-se aparentados nas trilhas cósmicas da evolução: são como elos de uma mesma corrente, ligando solidariamente os esforços dos Espíritos menos evolvidos aos dos mais evolvidos, no caminho da perfeição

Kardec afirma categoricamente, em A Gênese, que tais grupos de Espíritos, oriundos de processos evolucionários ambientados em outros mundos, constituem raças de Espíritos diversas, as quais darão origem a novas raças de homens , já que os corpos por eles usados refletirão necessariamente o caráter que lhes é peculiar e se expressarão em traços fenotípicos específicos.

Embora os mecanismos da raciação humana atendam a requisitos biológicos próprios, tais como a adaptação, a mutação e a miscigenação, por meio dos quais se explicam as modificações dos traços raciais primários, esses conceitos são claramente insuficientes para dar conta do surgimento dos traços primários em si mesmos.

Assim é que, nos estudos antropológicos e biológicos referentes à questão das raças humanas não se poderá atingir um equacionamento satisfatório enquanto não se tiver em vista a intervenção do Espírito, na condição de elemento transcendente, motivado e atribuindo significado a todo o acontecer biológico.

Nota. “”Integralmente concordantes com as colocações feitas por Kardec são os comentários, mais recentes, de Emmanuel, em A Caminho da Luz “Nos mapas zodiacais observa-se desenhada uma grande estrela na Constelação do Cocheiro, que recebeu, na Terra, o nome de Cabra ou Capela.

Há muitos milênios, um dos orbes da Capela, que guarda muitas afinidades com o globo terrestre, atingira a culminância de um dos seus extraordinários ciclos evolutivos.

Alguns milhões de Espíritos rebeldes lá existiam, no caminho da evolução geral, dificultando a consolidação das penosas conquistas daqueles povos cheios de piedade e virtudes, mas uma ação de saneamento geral os alijaria daquela humanidade.

As grandes comunidades espirituais, diretoras dos Cosmos, deliberam, então, localizar aquelas entidades, que se tornaram pertinazes no crime, aqui na Terra longínqua, onde aprenderiam a realizar, na dor e nos trabalhos penosos do seu ambiente, as grandes conquistas do coração e impulsionando, simultaneamente, o progresso dos seus irmãos inferiores.

Foi assim que Jesus recebeu, à luz do seu reino de amor e de justiça, aquela turba de seres sofredores e infelizes.

Com a sua palavra sábia e compassiva, exortou essas almas desventuradas à edificação da consciência pelo cumprimento dos deveres de solidariedade e de amor, no esforço regenerador de si mesma.

Abençoou-lhes as lágrimas santificadoras, fazendo-lhes sentir os sagrados triunfos do futuro e prometendo-lhes a sua colaboração cotidiana e a sua vinda no porvir.

Aqueles seres angustiados e aflitos reencarnariam no seio das raças ignorantes e primitivas, a lembrarem o paraíso perdido nos firmamentos distantes.

Aquelas almas aflitas e atormentadas reencarnaram, proporcionalmente, onde se haviam localizado as tribos e famílias primitivas , descendentes dos primatas . Com a sua reencarnação no mundo terreno, estabeleciam-se fatores definitivos na história etnológica dos seres.

Um grande acontecimento se verificara no planeta.

Aqueles seres decaídos e degradados com o transcurso dos anos, reuniram-se em quatro grandes grupos que se fixariam depois nos povos mais antigos, obedecendo às afinidades sentimentais e lingüísticas que os associavam na constelação do Cocheiro. Unidos, novamente, formaram desse modo o grupo dos árias, a civilização do Egito, o povo de Israel e as castas da Índia.

Dos árias descendente a maioria dos povos da família indo-européia; nessa descendência é necessário incluir os latinos, os celtas e os gregos, além dos germanos e dos eslavos.

As quatro grandes massas de degredados formaram os pródromos de toda a organização das civilizações futuras, introduzindo os mais largos benefícios no seio da raça amarela e da raça negra, que já existiam.””

É sob esse prisma que Kardec analisa a questão do surgimento das raças humanas:

“De acordo com o ensino dos Espíritos” vejamos: -


A GÊNESE - CAPÍTULO XI - Raça Adâmica


38. - De acordo com o ensino dos Espíritos, foi uma dessas grandes imigrações, ou, se quiserem, uma dessas colônias de Espíritos, vinda de outra esfera, que deu origem à raça simbolizada na pessoa de Adão e, por essa razão mesma, chamada raça adâmica. Quando ela aqui chegou, a Terra já estava povoada desde tempos imemoriais, como a América, quando aí chegaram os europeus.

Mais adiantada do que as que a tinham precedido neste planeta, a raça adâmica é, com efeito, a mais inteligente, a que impele ao progresso todas as outras.

A Gênese no-la mostra, desde os seus primórdios, industriosa, apta às artes e às ciências, sem haver passado aqui pela infância espiritual, o que não se dá com as raças primitivas, mas concorda com a opinião de que ela se compunha de Espíritos que já tinham progredido bastante.

Tudo prova que a raça adâmica não é antiga na Terra e nada se opõe a que seja considerada como habitando este globo desde apenas alguns milhares de anos, o que não estaria em contradição nem com os fatos geológicos, nem com as observações antropológicas, antes tenderia a confirmá-las.

39. - No estado atual dos conhecimentos, não é admissível a doutrina segundo a qual todo o gênero humano procede de uma individualidade única, de há seis mil anos somente a esta parte.

Tomadas à ordem física e à ordem moral, as considerações que a contradizem se resumem no seguinte:

Do ponto de vista fisiológico, algumas raças apresentam característicos tipos particulares, que não permitem se lhes assinale uma origem comum. Há diferenças que evidentemente não são simples efeito do clima, pois que os brancos que se reproduzem nos países dos negros não se tornam negros e reciprocamente. O ardor do Sol tosta e brune a epiderme, porém nunca transformou um branco em negro, nem lhe achatou o nariz, ou mudou a forma dos traços da fisionomia, nem lhe tornou lanzudo e encarapinhado o cabelo comprido e sedoso.

Sabe-se hoje que a cor do negro provém de um tecido especial subcutâneo, peculiar à espécie.

Há-se, pois, de considerar as raças negras, mongólicas, caucásicas como tendo origem própria, como tendo nascido simultânea ou sucessivamente em diversas partes do globo. O cruzamento delas produziu as raças mistas secundárias.

Os caracteres fisiológicos das raças primitivas constituem indício evidente de que elas procedem de tipos especiais.

As mesmas considerações se aplicam, consequentemente, assim aos homens, quanto aos animais, no que concerne à pluralidade dos troncos. (vide no Cap. X, Página 10 a 15.)


40. - Adão e seus descendentes são apresentados na Gênese como homens sobremaneira inteligentes, pois que, desde a segunda geração, constróem cidades, cultivam a terra, trabalham os metais. São rápidos e duradouros seus progressos nas artes e nas ciências.

Não se conceberia, portanto, que esse tronco tenha tido, como ramos, numerosos povos tão atrasados, de inteligência tão rudimentar, que ainda em nossos dias rastejam a animalidade, que hajam perdido todos os traços e, até, a menor lembrança do que faziam seus pais. Tão radical diferença nas aptidões intelectuais e no desenvolvimento morai atesta, com evidência não menor, uma diferença de origem.

41. - Independentemente dos fatos geológicos, da população do globo se tira a prova da existência do homem na Terra, antes da época fixada pela Gênese.

Sem falar da cronologia chinesa, que remonta, dizem, a trinta mil anos, documentos mais autênticos provam que o Egito, a Índia e outros países já eram povoados e floresciam, pelo menos, três mil anos antes da era cristã, mil anos, portanto, depois da criação do primeiro homem, segundo a cronologia bíblica.

Documentos e observações recentes não consentem hoje dúvida alguma quanto às relações que existiram entre a América e os antigos egípcios, donde se tem de concluir que essa região já era povoada naquela época.

Forçoso então seria admitir-se que, em mil anos, a posteridade de um único homem pôde povoar a maior parte da Terra. Ora, semelhante fecundidade estaria em antagonismo com todas as leis antropológicas. (1)
__________
(1) Na Exposição Universal de 1867, apresentaram-se antigüidades do México que nenhuma dúvida deixam sobre as relações que os povos desse país tiveram com os antigos egípcios. O Sr. Léon Méchedin, numa nota afixada no templo mexicano da Exposição, assim se exprimia:
"Não é conveniente se publiquem, prematuramente, as descobertas feitas, do ponto de vista da história do homem, pela recente expedição científica do México. Entretanto, nada se opõe a que o público saiba, desde já, que a exploração assinalou a existência de grande numero de cidades desaparecidas com o tempo, mas que a picareta e o incêndio podem retirar de suas mortalhas.

DOUTRINA DOS ANJOS DECAÍDOS

42. - Ainda mais evidente se torna a impossibilidade, desde que se admita, com a Gênese, que o dilúvio destruiu todo o gênero humano, com exceção de Noé e de sua família, que não era numerosa, no ano de 1656 do mundo, ou seja, 2.348 anos antes da era cristã.

Em realidade, pois, daquele patriarca é que dataria o povoamento da Terra. Ora, quando os hebreus se estabeleceram no Egito, 612 anos após o dilúvio, já o Egito era um poderoso império, que teria sido povoado, sem falar de outros países, em menos de seis séculos, só pelos descendentes de Noé, o que não é admissível.

Notemos, de passagem, que os egípcios acolheram os hebreus como estrangeiros.

Seria de espantar que houvessem perdido a lembrança de uma tão próxima comunidade de origem, quando conservaram religiosamente os monumentos de sua história.

Rigorosa lógica, com os fatos a corroborá-la da maneira mais peremptória, mostra, pois, que o homem está na Terra desde tempo indeterminado, muito anterior à época que a Gênese assinala.

O mesmo ocorre com a diversidade dos troncos primitivos, porquanto demonstrar a impossibilidade de uma proposição é demonstrar a proposição contrária. Se a Geologia descobre traços autênticos da presença do homem antes do grande período diluviano, ainda mais completa é a demonstração.

Doutrina dos anjos decaídos e da perda do paraíso (1)

43. - Os mundos progridem, fisicamente, pela elaboração da matéria e, moralmente, pela purificação dos Espíritos que os habitam. A felicidade neles está na razão direta da predominância do bem sobre o mal e a predominância do bem resulta do adiantamento moral dos Espíritos. O progresso intelectual não basta, pois que com a inteligência podem eles fazer o mal.

Logo que um mundo tem chegado a um de seus períodos de transformação, a fim de ascender na hierarquia dos mundos, operam-se mutações na sua população encarnada e desencarnada. É quando se dão as grandes emigrações e imigrações (nos 34 e 35).

Os que, apesar da sua inteligência e do seu saber, perseveraram no mal, sempre revoltados contra Deus e suas leis, se tornariam daí em diante um embaraço ao ulterior progresso moral, uma causa permanente de perturbação para a tranqüilidade e a felicidade dos bons, pelo que são excluídos da humanidade a que até então pertenceram e tangidos para mundos menos adiantados, onde aplicarão a inteligência e a intuição dos conhecimentos que adquiriram ao progresso daqueles entre os quais passam a viver, ao mesmo tempo que expiarão, por uma série de existências penosas e por meio de árduo trabalho, suas passadas faltas e seu voluntário endurecimento.

Que serão tais seres, entre essas outras populações, para eles novas, ainda na infância da barbárie, senão anjos ou Espíritos decaídos, ali vindos em expiação?

Não é, precisamente, para eles, um paraíso perdido a terra donde foram expulsos?

Essa terra não lhes era um lugar de delícias, em comparação com o meio ingrato onde vão ficar relegados por milhares de séculos, até que hajam merecido libertar-se dele?

A vaga lembrança intuitiva que guardam da terra donde vieram é uma como longínqua miragem a lhes recordar o que perderam por culpa própria.

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As escavações puseram a descoberto, por toda parte, três camadas de civilizações, que dão ao mundo americano uma antigüidade fabulosa."

É assim que todos os dias a Ciência opõe o desmentido dos fatos à doutrina que limita a 6.000 anos a aparição do homem na Terra e pretende fazê-lo derivar de um tronco único. (1) Quando, na Revue Spirite de janeiro de 1862, publicamos um artigo sobre a
interpretação da doutrina dos anjos decaídos, apresentamos essa teoria como simples hipótese, sem outra autoridade afora a de uma opinião pessoal controversível, porque nos faltavam então elementos bastantes para uma afirmação peremptória.

Expusemo-la a título de ensaio, tendo em vista provocar o exame da questão, decidido, porém, a abandoná-la ou modificá-la, se fosse preciso. Presentemente, essa teoria já passou pela prova do controle universal. Não só foi bem aceita pela maioria dos espíritas, como a mais racional e a mais concorde com a soberana justiça de Deus, mas também foi confirmada pela generalidade das instruções que os Espíritos deram sobre o assunto. O mesmo se verificou com a que concerne à origem da raça adâmica.

44. - Mas, ao mesmo tempo que os maus se afastam do mundo em que habitavam, Espíritos melhores aí os substituem, vindos quer da erraticidade, concernente a esse mundo, quer de um mundo menos adiantado, que mereceram abandonar; Espíritos esses para os quais a nova habitação é uma recompensa.

Assim renovada e depurada a população espiritual dos seus piores elementos, ao cabo de algum tempo o estado moral do mundo se encontra melhorado.

São às vezes parciais essas mutações, isto é, circunscritas a um povo, a uma raça; doutras vezes, são gerais, quando chega para o globo o período de renovação.

45. - A raça adâmica apresenta todos os caracteres de uma raça proscrita. Os Espíritos que a integram foram exilados para a Terra, já povoada, mas de homens primitivos, imersos na ignorância, que aqueles tiveram por missão fazer progredir, levando-lhes as luzes de uma inteligência desenvolvida.

Não é esse, com efeito, o papel que essa raça há desempenhado até hoje?

Sua superioridade intelectual prova que o mundo donde vieram os Espíritos que a compõem era mais adiantado do que a Terra. Havendo entrado esse mundo numa nova fase de progresso e não tendo tais Espíritos querido, pela sua obstinação, colocar-se à altura desse progresso, lá estariam deslocados e constituiriam um obstáculo à marcha providencial das coisas.

Foram, em conseqüência, desterrados de lá e substituídos por outros que isso mereceram.

Relegando aquela raça para esta terra de labor e de sofrimentos, teve Deus razão para lhe dizer: «Dela tirarás o alimento com o suor da tua fronte.»

Na sua mansuetude, prometeu-lhe que lhe enviaria um Salvador, isto é, um que a esclareceria sobre o caminho que lhe cumpria tomar, para sair desse lugar de miséria, desse inferno, e ganhar a felicidade dos eleitos.

Esse Salvador ele, com efeito, lho enviou, na pessoa do Cristo, que lhe ensinou a lei de amor e de caridade que ela desconhecia e que seria a verdadeira âncora de salvação.


É igualmente com o objetivo de fazer que a Humanidade se adiante em determinado sentido que Espíritos superiores, embora sem as qualidades do Cristo, encarnam de tempos a tempos na Terra para desempenhar missões especiais, proveitosas, simultaneamente, ao adiantamento pessoal deles, se as cumprirem de acordo com os desígnios do Criador.

46. - Sem a reencarnação, a missão do Cristo seria um contra-senso, assim como a promessa feita por Deus. Suponhamos, com efeito, que a alma de cada homem seja criada por ocasião do nascimento do corpo e não faça mais do que aparecer e desaparecer da Terra: nenhuma relação haveria entre as que vieram desde Adão até Jesus-Cristo, nem entre as que vieram depois; todas são estranhas umas às outras.

A promessa que Deus fez de um Salvador não poderia entender-se com os descendentes de Adão, uma vez que suas almas ainda não estavam criadas. Para que a missão do Cristo pudesse corresponder às palavras de Deus, fora mister se aplicassem às mesmas almas.

Se estas são novas, não podem estar maculadas pela falta do primeiro pai, que é apenas pai carnal e não pai espiritual. A não ser assim, Deus houvera criado almas com a mácula de uma falta que não podia deixar nelas vestígio, pois que elas não existiam.

A doutrina vulgar do pecado original implica, consequentemente, a necessidade de uma relação entre as almas do tempo do Cristo e as do tempo de Adão; implica, portanto, a reencarnação.

Dizei que todas essas almas faziam parte da colônia de Espíritos exilados na Terra ao tempo de Adão e que se achavam manchadas dos vícios que lhes acarretaram ser excluídas de um mundo melhor e tereis a única interpretação racional do pecado original, pecado peculiar a cada indivíduo e não resultado da responsabilidade da falta de outrem a quem ele jamais conheceu.

Dizei que essas almas ou Espíritos renascem diversas vezes na Terra para a vida corpórea, a fim de progredirem, depurando-se; que o Cristo veio esclarecer essas mesmas almas, não só acerca de suas vidas passadas, como também com relação às suas vidas ulteriores e então, mas só então, lhe dareis à missão um sentido real e sério, que a razão pode aceitar.

47. - Um exemplo familiar, mas frisante pela analogia, ainda mais compreensíveis tornará os princípios que acabam de ser expostos.

A 24 de maio de 1861, a fragata Ifigênia transportou à Nova Caledônia uma companhia disciplinar composta de 291 homens. À chegada, o comandante lhes baixou uma ordem do dia concebida assim:

«Pondo os pés nesta terra longínqua, já sem dúvida compreendestes o papel que vos está reservado.

«A exemplo dos bravos soldados da nossa marinha, que servem sob as vossas vistas, ajudar-nos-eis a levar com brilho o facho da civilização ao seio das tribos selvagens da Nova Caledônia. Não é uma bela e nobre missão, pergunto? Desempenhá-la-eis dignamente.

«Escutai a palavra e os conselhos dos vossos chefes. Estou à frente deles. Entendei bem as minhas palavras.

«A escolha do vosso comandante, dos vossos oficiais, dos vossos suboficiais e cabos constitui garantia certa de que todos os esforços serão tentados para fazer-vos excelentes soldados, digo mais: para vos elevar à altura de bons cidadãos e vos transformar em colonos honrados, se o quiserdes.

«A nossa disciplina é severa e assim tem que ser. Colocada em nossas mãos, ela será firme e inflexível, ficai sabendo, do mesmo modo que, justa e paternal, saberá distinguir o erro do vício e da degradação... »

Aí tendes um punhado de homens expulsos, pelo seu mau proceder, de um país civilizado e mandados, por punição, para o meio de um povo bárbaro. Que lhes diz o chefe? - «Infringistes as leis do vosso país; nele vos tornastes causa de perturbação e escândalo e fostes expulsos; mandam-vos para aqui, mas aqui podeis resgatar o vosso
passado; podeis, pelo trabalho, criar-vos aqui uma posição honrosa e tornar-vos cidadãos honestos.

Tendes uma bela missão a cumprir: levar a civilização a estas tribos selvagens. A disciplina será severa, mas justa, e saberemos distinguir os que procederem bem. Tendes nas mãos a vossa sorte; podeis melhorá-la, se o quiserdes, porque tendes o livre-arbítrio.»

Para aqueles homens, lançados ao seio da selvajaria, a mãe-pátria não é um paraíso que eles perderam pelas suas próprias faltas e por se rebelarem contra a lei? Naquela terra distante, não são eles anjos decaídos? A linguagem do chefe não é idêntica à de que usou Deus falando aos Espíritos exilados na Terra:

«Desobedecestes às minhas leis e, por isso, eu vos expulsei do mundo onde podíeis viver ditosos e em paz. Aqui, estareis condenados ao trabalho; mas, podereis, pelo vosso bom procedimento, merecer perdão e reganhar a pátria que perdestes por vossa falta, isto é, o Céu»?

48. - À primeira vista, a idéia de decaimento parece em contradição com o princípio segundo o qual os Espíritos não podem retrogradar. Deve-se, porém, considerar que não se trata de um retrocesso ao estado primitivo.

O Espírito, ainda que numa posição inferior, nada perde do que adquiriu; seu desenvolvimento moral e intelectual é o mesmo, qualquer que seja o meio onde se ache colocado. Ele está na situação do homem do mundo condenado à prisão por seus delitos. Certamente, esse homem se encontra degradado, decaído, do ponto de vista social, mas não se torna nem mais estúpido, nem mais ignorante.

49. - Será crível, perguntamos agora, que esses homens mandados para a Nova Caledônia vão transformar-se de súbito em modelos de virtude?

Que vão abjurar repentinamente seus erros do passado? Para supor tal coisa, fora necessário desconhecer a Humanidade.

Pela mesma razão, os Espíritos da raça adâmica, uma vez transplantados para a terra do exílio, não se despojaram instantaneamente do seu orgulho e de seus maus instintos; ainda por muito tempo conservaram as tendências que traziam, um resto da velha levedura. Ora, não é esse o pecado original?


SUCESSÃO DOS MUNDOS - A vida universal - CAPÍTULO VI

56. - Mas, a essa idéia eminentemente justa da criação, faz-se mister acrescentar a da humanidade solidária e é nisso que consiste o mistério da eternidade futura.

Uma mesma família humana foi criada na universalidade dos mundos e os laços de uma fraternidade que ainda não sabeis apreciar foram postos a esses mundos.

Se os astros que se harmonizam em seus vastos sistemas são habitados por inteligências, não o são por seres desconhecidos uns dos outros, mas, ao contrário, por seres que trazem marcado na fronte o mesmo destino, que se hão de encontrar temporariamente, segundo suas funções de vida, e encontrar de novo, segundo suas mútuas simpatias.

É a grande família dos Espíritos que povoam as terras celestes; é a grande irradiação do Espírito divino que abrange a extensão dos céus e que permanece como tipo primitivo e final da perfeição espiritual.

CAPÍTULO X - GÊNESE ORGÂNICA - Formação primária dos seres vivos

1. - Tempo houve em que não existiam animais; logo, eles tiveram começo. Cada espécie foi aparecendo, à proporção que o globo adquiria as condições necessárias à existência delas. Isto é positivo. Como se formaram os primeiros indivíduos de cada espécie? Compreende-se que, existindo um primeiro casal, os indivíduos se multiplicaram. Mas, esse primeiro casal, donde saiu? É um desses mistérios que entendem com o princípio das coisas e sobre os quais apenas se podem formular hipóteses. A Ciência ainda não pede resolver o problema; pode entretanto, pelo menos, encaminhá-lo para a solução.

2. - É esta a questão primordial que se apresenta: cada espécie animal saiu de um casal primitivo ou de muitos casais criados, ou, se o preferirem, germinados simultaneamente em diversos lugares?

Esta última suposição é a mais provável. Pode-se mesmo dizer que ressalta da observação. Com efeito, o estudo das camadas geológicas atesta, nos terrenos de idêntica formação, e em proporções enormes, a presença das mesmas espécies em pontos do globo muito afastados uns dos outros.

Essa multiplicação tão generalizada e, de certo modo, contemporânea, fora impossível com um único tipo primitivo.

Doutro lado, a vida de um indivíduo, sobretudo de um indivíduo nascente, está sujeita a tantas vicissitudes, que toda uma criação poderia ficar comprometida, sem a pluralidade dos tipos, o que implicaria uma imprevidência inadmissível da parte do Criador supremo. Aliás, se, num ponto, uni tipo se pode formar, em muitos outros pontos ele se poderia formar igualmente, por efeito da mesma causa.

Tudo, pois, concorre a provar que houve criação simultânea e múltipla dos primeiros casais de cada espécie animal e vegetal.

3. - A formação dos primeiros seres vivos se pode deduzir, por analogia, da mesma lei em virtude da qual se formaram e formam todos os dias os corpos inorgânicos.

À medida que se aprofunda o estudo das leis da Natureza, as engrenagens que, de início, pareciam tão complicadas se vão simplificando e confundindo na grande lei de unidade que preside a toda a obra da criação. Isso se compreenderá melhor, quando estiver compreendida a formação dos corpos inorgânicos, que é o degrau primário daquela outra.

4. - A Química considera elementares umas tantas substâncias, como o oxigênio, o hidrogênio, o azoto, o carbono, o cloro, o iodo, o flúor, o enxofre, o fósforo e todos os metais.

Combinando-se, elas formam os corpos compostos: os óxidos, os ácidos, os álcalis, os saís e as inúmeras variedades que resultam da combinação destes.

A combinação de dois corpos para formar um terceiro exige especial concurso de circunstâncias: seja um determinado grau de calor, de sequidão, ou de umidade; seja o movimento ou o repouso; seja uma corrente elétrica, etc. Se essas circunstâncias não se verificarem, a combinação não se operará.

5. - Quando há combinação, os corpos componentes perdem suas propriedades características, enquanto o composto que deles resulta adquire outras, diferentes das daqueles.

É assim, por exemplo, que o oxigênio e o hidrogênio, que são gases invisíveis, quimicamente combinados formam a água, que é líquida, sólida, ou vaporosa, conforme a temperatura. Na água, a bem dizer, já não há oxigênio nem hidrogênio, mas um corpo novo.

Decomposta essa água, os dois gases, tornados livres, recobram suas propriedades: já não há água. A mesma quantidade desse líquido pode ser assim, alternativamente, decomposta e recomposta, ao infinito.

6. - A composição e decomposição dos corpos se dão em virtude do grau de afinidade que os princípios elementares guardam entre si. A formação da água, por exemplo, resulta da afinidade recíproca que existe entre o oxigênio e o hidrogênio; mas, se se puser em contato com a água um corpo que tenha com o oxigênio mais afinidade do que a que este tem com o hidrogênio, a água se decompõe: o oxigênio é absorvido e o hidrogênio se liberta. Já não haverá água.

7. - Os corpos compostos se formam sempre em proporções definidas, isto é, pela combinação de uma certa quantidade dos princípios constituintes.

Assim, para formar a água, são necessárias uma parte de oxigênio e duas de hidrogênio. Se duas partes de oxigênio forem combinadas com duas de hidrogênio, em vez de água ter-se-á o deutóxido de hidrogênio, líquido corrosivo, formado, no entanto, dos mesmos elementos que entram na composição da água, porém noutra proporção.

8. - Tal, em poucas palavras, a lei que preside à formação de todos os corpos da Natureza. A inumerável variedade deles resulta de um número pequeno de princípios elementares combinados em proporções diferentes.

Por exemplo: o oxigênio, combinado em certas proporções, com o carbono, o enxofre, o fósforo, forma os ácidos carbônico, sulfúrico, fosfórico; o oxigênio e o ferro formam o óxido de ferro ou ferrugem; o oxigênio e o chumbo, ambos inofensivos, dão origem aos óxidos de chumbo, tais como o litargírio, o alvaiade, o mínio, que são venenosos.

O oxigênio, com os metais chamados cálcio, sódio, potássio, forma a cal, a soda, a potassa. A cal, unida ao ácido carbônico, forma os carbonatos de cal ou pedras calcáreas, tais como o mármore, a cré, as estalactites das grutas; unida ao ácido sulfúrico, forma o sulfato de cálcio ou gesso e o alabastro; ao ácido fosfórico, o fosfato de cal, base sólida, dos ossos; o cloro e o hidrogênio formam o ácido clorídrico ou hidroclórico; o cloro e o sódio formam o cloreto de sódio ou sal marinho.

9. - Todas essas combinações e milhares de outras se obtêm artificialmente, em pequenas quantidades, nos laboratórios de química; elas se operam em larga escala no grande laboratório da Natureza.

Em sua origem, a Terra não continha essas matérias em combinação, mas, apenas, volatilizados, seus princípios constitutivos. Quando as terras calcáreas e outras, tornadas pedrosas com o tempo, se lhe depositaram na superfície, aquelas matérias não existiam inteiramente formadas; porém, no ar se encontravam, em estado gasoso, todas as substâncias primitivas.

Precipitadas por efeito do resfriamento, essas substâncias, sob o império de circunstâncias favoráveis, se combinaram, segundo o grau de suas afinidades moleculares Foi então que se formaram as diversas variedades de carbonatos, de sulfatos, etc., a princípio em dissolução nas águas, depositadas, depois, na superfície do solo.

Suponhamos que, por uma causa qualquer, a Terra voltasse ao estado primitivo de incandescência: tudo se decomporia; os elementos se separariam; todas as substâncias fusíveis se fundiriam; todas as que são volatilizáveis se volatilizariam.

Depois, outro resfriamento determinaria nova precipitação e de novo se formariam as antigas combinações.

10. - Estas considerações provam quanto a Química era necessária para a inteligência da Gênese. Antes de se conhecerem as leis da afinidade molecular, não era possível compreender-se a formação da Terra.

Esta ciência lançou grande luz sobre a questão, como o fizeram a Astronomia e a Geologia, doutros pontos de vista.

11. - Na formação dos corpos sólidos, um dos mais notáveis fenômenos é o da cristalização, que consiste na forma regular que assumem certas substâncias, ao passarem do estado líquido, ou gasoso, ao estado sólido.

Essa forma, que varia de acordo com a natureza da substância, é geralmente a de sólidos geométricos, tais como o prisma, o rombóide, o cubo, a pirâmide. Toda gente conhece os cristais de açúcar cândi; os cristais de rocha, ou sílica cristalizada, são prismas de seis faces que terminam em pirâmide igualmente exagonal.

O diamante é carbono puro, ou carvão cristalizado. Os desenhos que no inverno se produzem sobre as vidraças são devidos à cristalização do vapor d’água durante a congelação,sob a forma de agulhas prismáticas.

A disposição regular dos cristais corresponde à forma particular das moléculas de cada corpo. Essas partículas, para nós infinitamente pequenas, mas que não deixam por isso de ocupar um certo espaço, solicitadas umas para as outras pela atração molecular, se arrumam e justapõem segundo o exigem suas formas, de maneira a tomar cada uma o seu lugar em torno do núcleo ou primeiro centro de atração e a constituir um conjunto simétrico.

A cristalização só se opera em certas circunstâncias favoráveis, fora das quais ela não pode dar-se. São condições essenciais o grau da temperatura e o repouso absoluto.

Compreende-se que um calor muito forte, mantendo afastadas as moléculas, não lhes permitiria condensarem-se e que a agitação, impossibilitando-lhes um arranjo simétrico, não lhes consentiria formar senão uma massa confusa e irregular, donde o não haver cristalização propriamente dita.

12. - A lei que preside à formação dos minerais conduz naturalmente à formação dos corpos orgânicos.

A análise química mostra que todas as substâncias vegetais e animais são compostas dos mesmos elementos que os corpos inorgânicos. Desses elementos, são o oxigênio, o hidrogênio, o azoto e o carbono os que desempenham papel principal. Os outros entram acessoriamente.

Como no reino mineral, a diferença de proporções na combinação dos referidos elementos produz todas as variedades de substâncias orgânicas e suas diversas propriedades, tais como: os músculos, os ossos, o sangue, a bílis, os nervos, a matéria cerebral, a gordura, nos animais; a seiva, a madeira, as folhas, os frutos, as essências, os óleos, as resinas, etc., nos vegetais.

Assim, na formação dos animais e das plantas, nenhum corpo especial entra que igualmente não se encontre no reino mineral. (1)

13. - Alguns exemplos comuns darão a compreender as transformações que se operam no reino orgânico, pela só modificação dos elementos constitutivos.

No suco da uva, não há vinho, nem álcool, mas apenas água e açúcar.

Quando o suco fica maduro e são propícias as condições, produz-se nele um trabalho íntimo a que se dá o nome de fermentação. Por esse trabalho, uma parte do açúcar se decompõe; o oxigênio, o hidrogênio e o carbono se separam e combinam nas proporções necessárias a produzir o álcool, de sorte que, em se bebendo suco de uva, não se bebe realmente álcool, pois que este ainda não existe.

Ele se forma das partes constituintes da água e do açúcar, sem que haja, em suma, uma molécula a mais ou a menos.

No pão e nos legumes que se comem, não há certamente carne, nem sangue, nem osso, nem bílis, nem matéria cerebral; entretanto, esses mesmos alimentos, decompondo-se e recompondo-se pelo trabalho da digestão, produzem aquelas diferentes substâncias tão-só pela transmutação de seus elementos constitutivos.

Na semente de uma árvore, tampouco há madeiras, folhas, flores ou frutos e fora erro pueril crer-se que a árvore Inteira, sob microscópica forma, ali se encontra. Quase não há, sequer, na semente, oxigênio, hidrogênio e carbono em quantidade necessária a formar uma folha da árvore.

Ela contém um gérmen que desabrocha, em sendo favoráveis as condições. Esse gérmen se desenvolve por efeito dos sucos que haure da terra e dos gases que aspira do ar.
Tais sucos, que não são lenho, nem folhas, nem flores, nem frutos, infiltrando-se na planta, lhe formam a seiva, como nos animais formam o sangue. Levada pela circulação a todas as partes do vegetal, a seiva, conforme o órgão a que vai ter e onde sofre uma elaboração especial, se transforma em lenho, folhas e frutos, como o sangue se transforma em carne, osso, bílis, etc.

Contudo, são sempre os mesmos elementos: oxigênio, hidrogênio, azoto e carbono, diversamente combinados.

__________
(1) O quadro abaixo, da análise de algumas substâncias, mostra a diferença de
propriedades que resulta da só diferença na proporção em que entram os elementos
constituintes. Sobre 100 partes, temos:

Carbono Hidrog. Oxig. Azoto
Açúcar de cana 42.470 6.900 50.630 -
Açúcar de uva 36.710 6.780 56.510 -
Álcool 51.980 13.700 34.320 -
Azeite de oliveira 77.210 13.360 9.430 -
Óleo de nozes 79.774 10.570 9.122 0.534
Gordura 78.996 11.700 9.304 -
Fibrina 53.360 7.021 19.685 19.934

14. - As diferentes combinações dos elementos, para formação das substâncias minerais, vegetais e animais, não podem, pois, operar-se, a não ser nos meios e em circunstâncias propícias; fora dessas circunstâncias, os princípios elementares estão numa espécie de inércia.

Mas, desde que as circunstâncias se tornam favoráveis, começa um trabalho de elaboração; as moléculas entram em movimento, agitam-se, atraem-se, aproximando-se e se separam em virtude da lei de afinidades e, por suas múltiplas combinações, compõem a infinita variedade das substâncias.

Desapareçam essas condições e o trabalho subitamente cessa, para recomeçar quando elas de novo se apresentarem.

É assim que a vegetação se ativa, enfraquece, pára e prossegue, sob a ação do calor, da luz, da umidade, do frio ou da seca; que esta planta prospera, num clima ou num terreno, e se estiola ou perece noutros.

15. - O que diariamente se passa às nossas vistas pode colocar-nos na pista do que se passou na origem dos tempos, porquanto as leis da Natureza não variam.

Visto que são os mesmos os elementos constitutivos dos seres orgânicos e inorgânicos; que os sabemos a formar incessantemente, em dadas circunstâncias, as pedras, as plantas e os frutos, podemos concluir daí que os corpos dos primeiros seres vivos se formaram, como as primeiras pedras, pela reunião das moléculas elementares, em virtude da lei de afinidade, à medida que as condições da vitalidade do globo foram propícias a esta ou àquela espécie.

A semelhança de forma e de cores, na reprodução dos indivíduos de cada espécie, pode comparar-se à semelhança de forma de cada espécie de cristal. Justapondo-se, sob a ação da mesma lei, as moléculas produzem conjunto análogo.




NÃO SE TURBE O VOSSO CORAÇÃO – CREDES EM DEUS, CREDE TABÉM EM MIM. HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI; SE ASSIM NÃO FOSSE, JÁ EU VO-LO TERIA DITO, POIS ME VOU PARA VOS PREPARAR O LUGAR.

DEPOIS QUE ME TENHA IDO E QUE VOS HOUVER PREPARADO O LUGAR, VOLTAREI E VOS RETIRAREI PARA MIM, A FIM DE QUE ONDE EU ESTIVER, TAMBÉM VÓS AÍ ESTEJAIS.

JOÃO, 14: 1 A 3



O Evangelho Segundo o Espiritismo.

A Caminho da Luz – Francisco Cândido Xavier – FEB

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