Wednesday, December 13, 2006

Aula 47 – LEI DE SOCIEDADE

Aula 47 – LEI DE SOCIEDADE
Necessidade da Vida Social

LIVRO AS LEIS MORAIS – RODOLFO CALLIGARIS - FEB

Sociabilidade é uma lei da Natureza a que o homem não pode se esquivar, sem prejudicar-se, pois é por meio do relacionamento entre os seus semelhantes que ele desenvolve as suas potencialidades. Deus lhe deu a fala e outras faculdades para que, através da vida em sociedade, pudesse evoluir. O insulamento priva o homem das relações sociais que lhe garantem o progresso. A sociabilidade é instintiva e obedece a um imperativo categórico da lei do progresso que rege a Humanidade.

É que Deus em Seus sábios desígnios, não nos fez perfeitos, fez-nos perfectíveis; assim para atingirmos a perfeição a que estamos destinados, todos precisamos uns dos outros, pois não há como desenvolver e burilar nossas faculdades intelectuais e morais senão no convívio social, nessa permuta constante de afeições, conhecimentos e experiências, sem a qual a sorte de nosso espírito seria o embrutecimento e a estiolação.

Sendo o fim supremo da sociedade promover o bem-estar e a felicidade de todos os que a compõem, para que tal seja alcançado há necessidade de que cada um de nós observe certas regras de procedimento ditadas pela Justiça e pela Moral, abstendo-se de tudo que as possa destruir.
O homem, inquestionavelmente, é um ser gregário, organizado pela emoção para a vida em sociedade.
O seu insulamento, a pretexto de servir a Deus, constitui uma violência à lei natural, caracterizando-se por uma fuga injustificável às responsabilidades do dia-a-dia.

A vivência cristã se caracteriza pelo clima de convivência social em regime de fraternidade, no qual todos se ajudam e se socorrem, dirimindo dificuldades e consertando problemas.

Viver o Cristo é também conviver com o próximo, aceitando-o conforme suas imperfeições, sem constituir-lhe fiscal ou pretender corrigi-lo, antes acompanhando-o com bondade, inspirando-o ao despertamento e à mudança de conduta de motu proprio.

Isolar-se portanto, a pretexto de servir ao bem não passa de uma experiência na qual o egoísmo predomina. Longe da luta que forja heróis e constrói os santos da abnegação e da caridade.
O homem é um animal social, já dizia, com acerto, famoso pensador da Antigüidade, querendo com isso significar que ele foi criado para viver, ou melhor, conviver com seus semelhantes.

A sociabilidade é instintiva e obedece a um imperativo categórico da lei do progresso que rege a Humanidade.

Com efeito, a boa ordem na sociedade depende das virtudes humanas. À medida que nos formos esclarecendo, tomando consciência de nossos deveres para com nós mesmos ( amor ao trabalho, senso de responsabilidade, temperança, controle emocional etc.) e para com a comunidade de que somos parte integrante(cortesia, desprendimento, generosidade, honradez, lealdade, tolerância, espírito público etc.) cumprindo-os à risca, menores e menos freqüentes se irão tornando os atritos e conflitos que nos afligem; mais estável será a paz de mais deleitável a harmonia que devem reinar em seu seio.
A par disso, para que a sociedade funcione e possa corresponder à sua finalidade, um outro princípio existe que precisa, também ser observado : o da autoridade.

No menor tipo de sociedade que se conhece, o lar, por exemplo, se aquele que a deve exercer, o chefe de família, não recebe da parte da mulher e dos filhos o acatamento e a obediência devidos, a anarquia toma conta da casa, com sérios prejuízos para todos ao familiares.

Na sociedade civil acontece o mesmo. Se os indivíduos e os grupos não derem correto atendimento às normas traçadas pelo governo ( que deles recebeu delegação de poderes para dirigir os destinos do Estado), antes as infrinjam ou desobedeçam, a desordem não tardará a fazer-se senhora da situação, resultando nulas as medidas propostas no sentido de progresso social.
Um e outro – chefe de família e governo – não devem, porem, exorbitar de suas funções, seja impondo uma sobrecarga de obrigações aos que estejam subordinados à sua jurisdição, seja frustando-lhe o gozo de seus direitos individuais, porque isso, então, já não seria autoridade, e sim tirania, despotismo.

Estes conceitos, ampliados, são válidos igualmente para a sociedade natural, formada pelo concerto das nações, cujos membros devem respeitar-se e auxiliar-se mutuamente, tudo fazendo pela concórdia entre os povos e a prosperidade universal, porque, interdependentes que são, sempre que alguns componentes do cosmo social entrem em guerra ou se vejam a braços com crises econômicas, todos haveremos, de uma forma ou outra, de sofrer-lhes as danosas conseqüências.


LIVRO DOS ESPÍRITOS CAPÍTULO VII DA LEI DE SOCIEDADE

Necessidade da vida social

766. A vida social está em a Natureza?

“Certamente. Deus fez o homem para viver em sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação.”

767. É contrário à lei da Natureza o insulamento absoluto?

“Sem dúvida, pois que por instinto os homens buscam a sociedade e todos devem concorrer para o progresso, auxiliando-se mutuamente.”

768. Procurando a sociedade, não fará o homem mais do que obedecer a um sentimento pessoal, ou há nesse sentimento algum providencial objetivo de ordem mais geral?

“O homem tem que progredir. Insulado, não lhe é isso possível, por não dispor de todas as faculdades. Falta-lhe o contato com os outros homens. No insulamento, ele se embrutece e estiola.”

Homem nenhum possui faculdades completas. Mediante a união social é que elas umas às outras se completam, para lhe assegurarem o bem-estar e o progresso. Por isso é que, precisando uns dos outros, os homens foram feitos para viver em sociedade e não insulados.

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Aula 46 – LEI DO PROGRESSO

Aula 46 – LEI DO PROGRESSO
Influência do Espiritismo no Progresso

LIVRO AS LEIS MORAIS – RODOLFO CALLIGARIS - FEB

A primeira revelação personificada em Moisés, como a segunda em Jesus, foram produtos de um ensino individual, tornando-se forçosamente localizadas, isto é apareceram num só ponto, em torno do qual a idéia se propagou pouco a pouco; mas, foram precisos muitos séculos para que atingissem as extremidades do mundo, sem mesmo o invadirem inteiramente.
A terceira tem isto de particular: não estando personificada em um só indivíduo, surgiu simultaneamente em milhares de pontos diferentes, que se tornaram centros, seus raios se reúnem pouco a pouco, como os círculos formados por uma multidão de pedras lançadas na água, de tal sorte que, em dado tempo, acabarão por cobrir toda a superfície do globo.
Esta circunstância, lhe dá força excepcional e irresistível poder de ação. Ainda mais: se a ferirem num indivíduo, não poderão feri-la nos Espíritos, que são a fonte donde ela promana. Ora, como os Espíritos estão em toda parte e existirão sempre, se por um acaso impossível, conseguissem sufocá-la em todo o globo, ela reapareceria pouco tempo depois, porque repousa sobre um fato que esta na Natureza e não se podem suprimir as leis da Natureza. Eis aí o de que devem persuadir aqueles se sonham com o aniquilamento do Espiritismo.

Quanto ao futuro do Espiritismo, os Espíritos , como se sabe, são unânimes em afirmar o seu triunfo próximo, a despeito dos obstáculos que lhe criem. Fácil lhes é essa previsão, primeiramente, porque a sua propagação é obra pessoal deles: concorrendo para o movimento, ou dirigindo-o, eles naturalmente sabem o que devem fazer; em segundo lugar, basta-lhes entrever um período de curta duração: vêem, nesse período, ao longo do caminho os poderosos auxiliares que Deus lhe suscita e que não tardarão a manifestar-se.
A doutrina de Moisés, incompleta, ficou circunscrita ao povo judeu; a de Jesus mais completa, se espalhou por toda a Terra, mediante o Cristianismo, mas não converteu a todos; o Espiritismo, ainda mais completo, com raízes em todas as crenças converterá a Humanidade.
O progresso da Humanidade, sem dúvida, é lento, muito lento mesmo, mas constante e ininterrupto.
Ainda quando pareça estar regredindo, o que ocorre em certos períodos transitórios, esse recuo não é senão o prenúncio de nova etapa de ascensão.
O que a conduz sempre para a frente são as novas idéias, as quais, via de regra, são trazidas à terra por missionários incumbidos de lhe ativarem a marcha.
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Obs. de Kardec- O nosso papel pessoal, no grande movimento de idéias que se prepara pelo Espiritismo e que começa a operar-se, é o de um observador atento, que estuda os fatos para lhes descobrir a causa e tirar-lhes as conseqüências. Confrontamos todos os que nos têm sido possível reunir, comparamos e comentamos as instruções dadas pelos Espíritos em todos os pontos do globo e depois coordenamos metodicamente o conjunto; em suma, estudamos e demos ao público o fruto das nossas indagações, sem atribuirmos aos nossos trabalhos valor maior do que o de uma obra filosófica deduzida da observação e da experiência, sem nunca nos considerarmos chefe da doutrina, nem procurarmos impor as nossas idéias a quem quer que seja. Publicando-as, usamos de um direito comum e aqueles que as aceitaram o fizeram livremente. Se essas idéias acharam numerosas simpatias, é porque tiveram a vantagem de corresponder às aspirações de avultado número de criaturas, mas disso não colhemos vaidade alguma, dado que a sua origem não nos pertence. O nosso maior mérito é a perseverança e a dedicação à causa que abraçamos. Em tudo isso, fizemos o que outro qualquer poderia ter feito como nós, razão pela qual nunca tivemos a pretensão de nos julgarmos profeta ou messias, nem, ainda menos, de nos apresentarmos como tal.

LIVRO A GÊNESE CARÁTER DA REVELAÇÃO ESPÍRITA

47. - Esta circunstância, inaudita na história das doutrinas, lhe dá força excepcional e irresistível poder de ação; de fato, se a perseguirem num ponto, em determinado pais, será materialmente impossível que a persigam em toda parte e em todos os países. Em contraposição a um lugar onde lhe embaracem a marcha, haverá mil outros em que florescerá. Ainda mais: se a ferirem num indivíduo, não poderão feri-la nos Espíritos, que são a fonte donde ela promana.
Ora, como os Espíritos estão em toda parte e existirão sempre, se, por um acaso impossível, conseguissem sufocá-la em todo o globo, ela reapareceria pouco tempo depois, porque repousa sobre um fato que está na Natureza e não se podem suprimir as leis da Natureza.
Eis aí o de que se devem persuadir aqueles que sonham com o aniquilamento do Espiritismo. (Revue Spirite, fev. 1865, pág. 38: «Perpetuidade do Espiritismo».)

CAPÍTULO XVII PREDIÇÕES DO EVANGELHO

40 - O Espiritismo realiza, como ficou demonstrado (cap. 1, nº 30), todas as condições do Consolador que Jesus prometeu. Não é uma doutrina individual, nem de concepção humana; ninguém pode dizer-se seu criador. É fruto do ensino coletivo dos Espíritos, ensino a que preside o Espírito de Verdade. Nada suprime do Evangelho: antes o completa e elucida. Com o auxílio das novas leis que revela, conjugadas essas leis às que a Ciência já descobrira, faz se compreenda o que era ininteligível e se admita a possibilidade daquilo que a incredulidade considerava inadmissível. Teve precursores e profetas, que lhe pressentiram a vinda. Pela sua força moralizadora, ele prepara o reinado do bem na Terra.

TEORIA DA PRESCIÊNCIA NO CAPÍTULO XVI DA GÊNESE

9. - Devemos, além disso, ponderar que essa percepção não se limita ao que diz respeito à extensão; que ela abrange a penetração de todas as coisas.
É, repetimo-lo, uma faculdade inerente e proporcionada ao estado de desmaterialização. A encarnação amortece-a sem, contudo, a anular completamente, porque a alma não fica encerrada no corpo como numa caixa.
O encarnado a possui, embora sempre em grau menor do que quando se acha completamente desprendido; é o que confere a certos homens um poder de penetração que a outros falece inteiramente; maior agudeza de visão moral; compreensão mais fácil das coisas extra materiais.
O Espírito encarnado não somente percebe, como também se lembra do que viu no estado de Espírito livre e essa lembrança é como um quadro que se lhe desenha na mente. Na encarnação, ele vê, mas vagamente, como através de um véu; no estado de liberdade, vê e concebe claramente.
O princípio da visão não lhe é exterior, está nele; essa a razão por que não precisa da luz exterior.
Por efeito do desenvolvimento moral, alarga-se o círculo das idéias e da concepção; por efeito da desmaterialização gradual do perispírito, este se purifica dos elementos grosseiros que lhe alteravam a delicadeza das percepções, o que torna fácil compreender-se que a ampliação de todas as faculdades acompanha o progresso do Espírito.
10. - O grau da extensão das faculdades do Espírito é que, na encarnação, o torna mais ou menos apto a conceber as coisas espirituais. Essa aptidão, todavia, não é corolário forçoso do desenvolvimento da inteligência; a ciência vulgar não a dá, tanto assim que há homens de grande saber tão cegos para as coisas espirituais, quanto outros o são para as coisas materiais; são lhes refratários, porque não as compreendem, o que significa que ainda não progrediram em tal sentido, ao passo que outros, de instrução e inteligência vulgares, as aprendem com a maior facilidade, o que prova que já tinham de tais coisas uma intuição prévia.

É, para estes, uma lembrança retrospectiva do que viram e souberam, quer na erraticidade, quer em suas existências anteriores, como alguns têm a intuição das línguas e das ciências de que já foram conhecedores.

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