Sunday, April 01, 2007

Aula 63 - LEI DE REPRODUÇÃO - O ABORTO

Aula 63 - LEI DE REPRODUÇÃO - O ABORTO

Após a Tempestade – Joanna de Ângelis – Livraria Alvorada – Pags.67
O Pensamento de Emmanuel –Martins Peralva – FEB – Pag.124
Vida e Sexo – Emmanuel – Francisco C. Xavier – FEB – Pag.76
Luz No Lar – Diversos espíritos – FEB – Pags.54-55
Ação e Reação – André Luiz –FEB Pags.210-211


O aborto é doloroso crime. Arrancar uma criança ao materno seio é infanticídio confesso.

Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando.

Dentre muitos podemos destacar três erros do procedimento dessas mães:

Primeiro impedir que um Espírito reencarne e, consequentemente, que progrida.

Segundo erro, esse filho talvez represente o instrumento que Deus tenha dado aos pais para ajudá-los na jornada evolutiva, através dos cuidados, das renúncias, das preocupações e trabalhos que teriam.

Terceiro erro: transgressão do mandamento divino “não matarás”. E, nesse caso, um assassinato em que a vítima se encontra em situação de desigualdade sem a menor chance de se defender.

Fica inteiramente entregue à mãe assassina, infeliz mulher que se transforma em algoz e do pai que se converte, na cumplicidade irresponsável, em desvairado homicida.

O Aborto delituoso é a negação do amor.

Esmagar uma vida que desponta, plena de esperanças; impedir a alma de reingressar no mundo corpóreo, abençoado cenário de redentoras lutas; negar ao Espírito o ensejo de reajuste, representa, em qualquer lugar, situação e tempo, inominável crime.

Assassinato frio, passível, segundo as luzes da filosofia espírita, de prolongadas e dolorosas conseqüências para o psiquismo humano.

A humanidade encontra-se, presentemente, atacada por uma série de males. São homicídios, assaltos, assassínios, doenças, fome, catástrofes, ignorância, fazendo com que o mundo viva em constantes convulsões sociais.

Todavia um crime existe mais doloroso, pela volúpia de crueldade com que é praticado, no silêncio do santuário doméstico ou no regaço da Natureza.

Crime estarrecedor, porque a vítima não tem voz para suplicar piedade e nem braços robustos com que se confie aos movimentos da reação.

Referimo-nos ao aborto delituoso, em que pais inconscientes determinam a morte dos próprios filhos, asfixiando-lhes a existência, antes que possam sorrir para a bênção da Luz.

Não obstante, em alguns países, na atualidade, o aborto sem causa justa – e como causa justa devemos considerar o aborto terapêutico, mediante cuja interferência médica se objetiva a salvação da vida orgânica da gestante – se encontre legalizado, produzindo inesperada estatística de alto índice, perante as leis naturais que regem a vida, continua ser atentado criminoso contra um ser que se não pode defender, constituindo, por isso mesmo, dos mais nefandos atos de agressão à criatura humana.

A vida é patrimônio divino que não pode ser levianamente malbaratado.

Desde que os homens se permitem a comunhão carnal, é justo que se submetam ao tributo da responsabilidade do ato livremente aceito.

De acordo com a Doutrina Espírita, o aborto não encontra justificativa perante Deus, a não ser em casos especialíssimos, quando o médico honrado, sincero e consciente sentencia que “o nascimento da criança põe em perigo a vida da mãe dela”.

Somente ao médico – e a mais ninguém ! – dá a Ciência autoridade para emitir esse parecer.

Nesse caso, estando em jogo a vida da mãe, “Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe”.

Devemos refletir em torno do aborto delituoso, para reconhecermos nele um dos grandes fornecedores das moléstias de etiologia obscura e das obsessões catalogáveis na patologia da mente, ocupando vastos departamentos de hospitais e prisões.

A mulher que promove ou que venha a coonestar semelhante delito é constrangida, por leis irrevogáveis, a sofrer alterações deprimentes no centro genético de sua alma, predispondo-se geralmente a dolorosas enfermidades, quais sejam ametrite (inflamação do útero), vaginismo (Contração espasmódica do músculo constrito da vagina), a metralgia (dor no útero. O mesmo que uteralgia.), o enfarte uterino, a tumoração cancerosa, flagelos esses com os quais, muita vez, desencarna, demandando o Além para responder, perante a Justiça Divina, pelo crime praticado...

(Espasmódica = Da natureza do espasmo. E espasmo = Contração súbita e involuntária dos músculos. Convulsão.)

É então, que se reconhece rediviva, mas doente e infeliz, porque, pela incessante recapitulação mental do ato abominável, através do remorso, reterá por tempo longo a degenerescência das forças genitais.

A Mulher que corrompeu voluntariamente o seu centro genésico receberá de futuro almas que viciaram a forma que lhes é peculiar, e será mãe de criminosos e suicidas, no campo da reencarnação, regenerando as energias sutis do perispírito, através do sacrifício nobilitante com que se devotará aos filhos torturados e infelizes de sua carne, aprendendo a orar, a servir com nobreza e a mentalizar a maternidade pura e sadia, que acabará reconquistando ao preço de sofrimento e trabalho justos.


Livro dos Espíritos : DA VOLTA DO ESPÍRITO À VIDA CORPORAL
PARTE 2ª - CAPÍTULO VII

353. Não sendo completa a união do Espírito ao corpo, não estando definitivamente consumada, senão depois do nascimento, poder-se-á considerar o feto como dotado de alma?

“O Espírito que o vai animar existe, de certo modo, fora dele. O feto não tem pois, propriamente falando, uma alma, visto que a encarnação está apenas em via de operar-se.

Acha-se, entretanto, ligado à alma que virá a possuir.”

354. Como se explica a vida intra-uterina?

“É a da planta que vegeta. A criança vive vida animal. O homem tem a vida vegetal e a vida animal que, pelo seu nascimento, se completam com a vida espiritual.”

355. Há, de fato, como o indica a Ciência, crianças que já no seio materno não são vitais? Com que fim ocorre isso?

“Freqüentemente isso se dá e Deus o permite como prova, quer para os pais do nascituro, quer para o Espírito designado a tomar lugar entre os vivos.”

356. Entre os natimortos alguns haverá que não tenham sido destinados à encarnação de Espíritos?

“Alguns há, efetivamente, a cujos corpos nunca nenhum Espírito esteve destinado. Nada tinha que se efetuar para eles. Tais crianças então só vêm por seus pais.”

a) - Pode chegar a termo de nascimento um ser dessa natureza?

“Algumas vezes; mas não vive.”

b) - Segue-se daí que toda criança que vive após o nascimento tem forçosamente encarnado em si um Espírito?

“Que seria ela, se assim não acontecesse? Não seria um ser humano.”

357. Que conseqüências tem para o Espírito o aborto?

“É uma existência nulificada e que ele terá de recomeçar.”

358. Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação?

“Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando.”

359. Dado o caso que o nascimento da criança pusesse em perigo a vida da mãe dela, haverá crime em sacrificar-se a primeira para salvar a segunda?

“Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe.”


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Aula 62 - LEI DE REPRODUÇÃO - OBSTÁCULOS À REPRODUÇÃO

Aula 62 - LEI DE REPRODUÇÃO - OBSTÁCULOS À REPRODUÇÃO

O Consolador – Emmanuel – FEB – Pag.40
Ação e Reação – André Luiz – FEB – Pag.210
Após a Tempestade – Joanna de Ângelis – Livraria Alvorada – Pags.58-59


Sabemos que, basicamente, existem dois tipos de obstáculos à reprodução humana:

Os que chamaremos de naturais ( genéticos) ou cármicos, resultantes de nossas faltas cometidas no passado, e os artificiais, produtos da ação do homem e com o fim de impedir a reprodução humana. Estes últimos recebem o nome genético de anticonceptivos ou anticoncepcionais.

Na pergunta do Livro dos Espíritos – PARTE 3ª - CAPÍTULO IV

Obstáculos à reprodução

693. São contrários à lei da Natureza as leis e os costumes humanos que têm por fim ou por efeito criar obstáculos à reprodução?

“Tudo o que embaraça a Natureza em sua marcha é contrário à lei geral.”

a) - Entretanto, há espécies de seres vivos, animais e plantas, cuja reprodução indefinida seria nociva a outras espécies e das quais o próprio homem acabaria por ser vítima. Pratica ele ato repreensível, impedindo essa reprodução?

“Deus concedeu ao homem, sobre todos os seres vivos, um poder de que ele deve usar, sem abusar. Pode, pois, regular a reprodução, de acordo com as necessidades. A ação inteligente do homem é um contrapeso que Deus dispôs para restabelecer o equilíbrio entre as forças da Natureza e é ainda isso o que o distingue dos animais, porque ele obra com conhecimento de causa. Mas, os mesmos animais também concorrem para a existência desse equilíbrio, porquanto o instinto de destruição que lhes foi dado faz com que, provendo à própria conservação, obstem ao desenvolvimento excessivo, quiçá perigoso, das espécies animais e vegetais de que se alimentam.”

694. Que se deve pensar dos usos, cujo efeito consiste em obstar à reprodução, para satisfação da sensualidade?

“Isso prova a predominância do corpo sobre a alma e quanto o homem é material.”

Diz-nos Joanna de Ângelis : Alegações ponderosas que merecem consideração vêm sendo arroladas para justificar-se a planificação familiar através do uso dos anticoncepcionais de variados tipos.

São argumentos de caráter sociológico, ecológico, econômico, demográfico, considerando-se com maior vigor os fatores decorrentes das possibilidades de alimentação numa Terra tida como semi-exaurida de recursos para nutrir aqueles que se multiplicam geometricamente com espantosa celeridade.

Sem dúvida, estamos diante de um problema de alta magnitude, que deve ser, todavia, estudado à luz do Evangelho e não por meio dos complexos cálculos frios da concepção materialista.

O Homem pode programar a família que deseja e lhe convém ter: número de filhos, período propício para a maternidade, nunca, porem, se eximirá aos imperiosos resgates a que faz juz, tendo em vista o seu próprio passado.

Melhor usar o anticonceptivo do que abortar.

Melhor, ainda, seria não impedir a volta dos Espíritos ao corpo de carne, já que o espírita não desconhece a seriedade da planificação reencarnatória.

Antes de retornarmos às experiências físicas é bem provável que nos tenhamos comprometido a receber, como filhos, um número determinado de Espíritos. Logo, a reprodução humana estava naturalmente acertada numa cota previamente estabelecida, quanto ainda nos encontrávamos nos planos espirituais.

É nesse sentido que compreendemos a afirmação exposta anteriormente por Joanna de Ângelis e as seguintes, enunciadas por Emmanuel e André Luiz, respectivamente nos livros Entrevistas (IDE- Araras-1985-pag.141e142 e no livro Ação e Reação.

Não acreditamos que a coletividade humana esteja, por enquanto, habilitada espiritualmente a controlar o renascimento na Terra sem prejudicar seriamente o desenvolvimento da lei de provas purificadoras.

Já que nos detemos, em matéria de sexologia, na lei de causa e efeito, como interpretar a atitude dos casais que evitam os filhos, dos casais dignos e respeitáveis, sob todos os pontos de vista, que sistematizam o uso de anticoncepcionais?

O Orientador Silas, em face desta questão, ponderou : “Se não descambam para a delinqüência do aborto, na maioria das vezes são trabalhadores desprevenidos que preferem poupar o suor, na fome de reconforto imediatista.

Infelizmente para eles, porem, apenas adiam realizações sublimes, às quais deverão fatalmente voltar, porque há tarefas e lutas em família que representam o preço inevitável de nossa regeneração.

Desfrutam a existência, procurando inutilmente enganar a si mesmos, no entanto, o tempo espera-os, inexorável, dando-lhes a conhecer que a redenção nos pede esforço máximo.

Recusando acolhimento a novos filhinhos, quase sempre programados para eles antes da reencarnação, emaranham-se nas futilidades e preconceitos das experiências de subnível, para acordarem, depois do túmulo, sentindo frio no coração...

Quantos aos obstáculos naturais ( ou cármicos) à reprodução humana, diz Emmanuel em O Consolador... No quadro de interpretações da Terra podem indicar situações de prova para as almas que se encontram em experiências edificadoras; todavia, se consideramos a questão no seu aspecto espiritual, somos obrigados a reconhecer que a esterilidade não existe para o Espírito que na Terra ou fora dela, pode ser fecundo em obras de beleza, de aperfeiçoamento e de redenção..


“Quanto, porem, à caridade fraternal, não necessitais de que vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros”- Paulo. (I Tessalonicenses, 4:9.)

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